sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013


CENAS E VIDEOS BLACK - O MELHOR DO ANO



Nunca entendi a motivação de quem acompanha o programa. É uma maratona de três meses de uma atração que recompensa pouca coisa além da curiosidade mórbida das pessoas. É pouco, pelo menos para mim. Ainda bem que todo fim do mês recebo um cheque do tamanho daqueles que dão para competidores de esportes não-amadores ou para ganhadores da loteria.
Imagem meramente ilustrativa
Sendo assim, sugiro que a Globo também premie a paciência do telespectador de uma maneira criativa. Poderia estabelecer um programa de milhagem que retribua em dinheiro ou produtos o número de horas desperdiçados diante da TV. Ou, para transformar a coisa toda em um game show, poderia distribuir cartelas para o público, levando a sério aquela piada comum na internet com guias de bingo para marcar as situações recorrentes de algum programa, tipo o Galvão Bueno dizendo “haja coração”. Assim:
Aí você pontuava de acordo e ganhava quem ligasse primeiro pra emissora gritando “bingo!”. Ou quem sabe, outro tipo de votação além dos paredões, como essa:
A produção também poderia surpreender membros da audiência com ligações telefônicas fazendo perguntas à queima-roupa do tipo “que livro de autoajuda o participante fulano está fingindo que está lendo?” ou “quem pagou mais peito até agora?”
Os discursos do Bial seriam as provas de resistência e vocês já pegaram a ideia geral. Até o próximo post, se eu sobreviver à maratona.
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O pior do BBB ainda está por vir 

Dizem que o pior na vida de alguém em situação de confinamento são os primeiros dias, quando você sabe que a maior parte ainda vem por aí e que ainda não chegou aquele estado de espírito em que se fica anestesiado pela rotina massacrante. Não estou falando de nenhum BBB, falo de mim, obrigado a assistir a essa bagaça. A primeira semana demorou a passar.
Estou entregando o texto meio tarde, mas como hoje é dia de festa na casa, nada muito especial deve acontecer – provavelmente mais um participante que não sabe beber dará vexame, enquanto as mulheres esfregarão os shortinhos minúsculos na cara da sociedade, apenas para ganhar um selinho meia boca dos rapazes desinteressados.
Então vamos ao programa de ontem (vulgo terça-feira): a edição começou mostrando uma discussão entre Dhomini e Elieser sobre um voto combinado, modificado pelo último na última hora. É bom que os dois se acostumem com esse tipo de quebra de confiança quando assumirem suas cadeiras de deputado em Brasília. Elieser partiu para a humilhação do companheiro dizendo que, diferentemente dele, é formado e tem pós-graduação. Cheguei a pensar em Educação Física, mas descartei depois que colegas de redação mandaram essa imagem da participação do sujeito no BBB 10:
O ataque da barra assassina
Seguiram mais cenas dos participantes convivendo normalmente, ou seja, quase dando na cara um do outro por nenhum motivo aparente. As teorias da conspiração dizem que a Globo distribui os papéis que cada um deve desempenhar dentro da casa, ideia que ganha força quando a gente vê a expressão de sofrimento dos confinados quando são obrigados a dizer “Oba! De pernas para o ar 2!”. Isso mesmo, um dos privilégios do quarto do líder é prestigiar o cinema nacional na marra.
O que mais rolou: o cerco de Fernanda a André, que usou a esquiva com maestria; a separação de Andressa e Nasser, casal que nunca se formou direito, e várias tentativas dos heróis da sala de edição em fazer Ivan parecer um pouco menos insignificante.
Por fim, a escolha do público: vazou com 77% dos votos a carioca Aline, que saiu insistindo que foi rejeitada por ter muita personalidade – quando na verdade se trata apenas uma maluca que reage acima do tom mesmo quando ouve um simples bom dia. Na saída, seu namorado tresloucado ainda a pediu em casamento, e assim a monogamia ganha mais um mártir.
E agora deixa eu voltar para a minha cela.
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Bambam se sentiu culpado de ser um cara bem sucedido no meio de tanta gente chorando miséria 

Não gostar de reality show é tipo não gostar de futebol, você pode se esconder mas não dá para ficar totalmente indiferente ao noticiário. Portanto, mesmo não tendo acompanhado as edições anteriores sei que tudo que aconteceu nos últimos dias já rolou no passado: já abandonaram o programa, já meteram novos BBBs na casa com o bonde andando e já participaram sujeitos de orientação sexual dúbia que se sentiram obrigados a pegar mulher para não ficar mal com os colegas de trabalho heteronormativos (é assim que se escreve?).
Então vamos aos assuntos atrasados:
1) Bambam deixou a casa aparentemente porque se sentiu culpado de ser um cara bem sucedido no meio de tanta gente chorando miséria. Até eu fiquei consternado com a pobreza do participantes, principalmente porque achava que adultos que pudessem dispor de três meses sem trabalhar já estavam com a vida ganha. Quem mais se destaca no pobrismo é essa mala da Aline, que se fosse um personagem do The Sims eu deixava morrer. Infelizmente tem chances no paredão contra Ivan, um cara tão apático que sofre séria concorrência dos objetos de decoração.
Ivan da depressão
2) A entrada de Yuri serviu para acelerar o processo de namoro encenado entre André e Fernanda, que deve cobrar mais caro pra sair na Playboy porque é evangélica. O casal é uma novela chata à parte, com seus capítulos que alternam separação e reconciliação e com o rapaz dando altas pintas porque só fica com a rapariga se ela se portar como uma princesa. Indica pra ela o curso que você fez então, cara.
3) Outro casal de mentirinha desponta no horizonte: Nasser (aquele com o bicho morto na cabeça) e Andressa. Mantendo o estranho padrão, quem quer é ela e ele pediu tempo pra pensar.
4) Meu editor está ligado nos direitos trabalhistas e não me obriga a ver o pay per view, mas calhei de assistir alguns minutos. É tipo os extras de DVD mais chatos do mundo.
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Bambam líder, a vitória do idiota da aldeia 

De quatro para a glória
Segue o baile. A edição de ontem começou com cenas da festa de terça, comandada pelo André Marques, DJ onipresente (até porque ocupa muito espaço). Típica balada de playboy, em que a música pavorosa estrondando não deixa ouvir direito a conversa (não estou reclamando) e a forma mais comum de abordagem é o assédio sexual light. Terminou no zero a zero, apesar da prorrogação (bêbados se recusando a sair da pista, o de sempre). Houve alguma aproximação entre Kléber Bambam e Marien e Fani disse que “pegaria o nerd” (Ivan), que reagiu com um “ah, é?” quando pombos-correio lhe trouxeram a notícia. Esse aí não vai fazer nada.
Foi também a noite da disputa pela liderança na casa. Apesar da simplicidade da prova (achar um par de meias, vestir o tal, atravessar uma pista cheia de sujeira e jogar as meias em uma máquina de lavar), Bial teve que explicar seu funcionamento várias vezes. Era de se esperar, já que o pessoal (dividido entre um grupo com novos participantes e outro com BBBs repetentes) teve dificuldade para se organizar em fila mesmo com o auxílio de camisetas numeradas. Vitória dos veteranos, que escolheram como líder da casa Bambam – o equivalente a votar no idiota da aldeia para prefeito (Eliéser seria o vice, talvez até mais qualificado que o titular). O resultado libera os vencedores do paredão, o que deve – se as regras permitirem, sou novo aqui – jogar no fogo os pobres recém-chegados da Casa de vidro.
Falando na Casa de vidro: segue virgem de acontecimentos, embora a edição tenha insinuado um triângulo amoroso platônico entre Kelly, André e outro cara lá (desculpem se não guardo os nomes, deve ser porque não estou fazendo nenhum esforço nesse sentido). Pelo que deu para entender, lá eles são obrigados a ouvir o dia inteiro ”Oppa gangnam style”, musiquinha que nem estava completamente esgotada antes de começar esse BBB. O verão vai ser longo.
P.S.: Não sou obrigado pelo contrato, mas fui dar uma olhada nos comentários outro dia e vi que muita gente sugere que, em respeito a democracia, eu pare de falar mal do programa. Talvez fosse o caso de usar esse espaço para explicar o tal do princípio democrático, mas não tenho a paciência do Bial.
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